domingo, 16 de novembro de 2014

Alcoólicas, em homenagem a Hilda Hilst

Temos um infinito, talvez o próprio.  Por que então a urgência? 
Porque urge de mim um canto de encantamento, uma poesia ritmada. Uma prece prosaica e profana feita de desejo in latência. Feita do que são feitas, também, as asas de fada: suave, certeza, encanto. Feita da minha matéria mais  primordial, aquela que partilho com os astros. Feita de ausências impossíveis. Feita de presença  sensorial (como quando sinto, mesmo em estado ébrio, o exato cheiro teu com café sempre que evoco sua presença virtualmente possível).
Feita com letras de amor verdadeiro e corpo daquela que viveu pra ver. Daquele que viveu e esperou. E viu.  Viu mais e regozijou. E reviu. Tão de perto. Tão sem volta os castanhos nos verdes infinitos. Os corpos derretendo, tremendo e buscando o novo mesmo novo grito. 
(Tão em paz, tão perto do divino, tão profundo,  sereno... ácido. Ecoa) 
Ecoa

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